Educar jovens para um futuro mais sustentável através da gestão da floresta. Essa é a proposta da formação oferecida pela equipe do projeto Florestabilidade, da Fundação Roberto Marinho, aos professores e técnicos da rede municipal de educação de Cotriguaçu/MT. Em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, os professores receberam informações sobre manejo florestal de produtos madeireiros, não madeireiros e de serviços ambientais, além de aprender a utilizar o kit pedagógico recebido que será utilizado para transmitir essas informações aos alunos.
O curso foi desenvolvido de uma maneira muito ativa e lúdica, estimulando a reflexão, a autocrítica, o compromisso e o envolvimento, através de várias dinâmicas, atividades audiovisuais e trabalhos individuais e em grupo.
Bruno Simionato Castro, analista de Carbono Florestal do ICV, explica que antes de poder utilizar os conhecimentos pedagógicos do curso, é necessário conhecer a floresta e as pessoas que se relacionam com ela, pois é dessa relação que depende a conservação. “Por isso, é crucial essa interação com os atores da região, pois por conhecerem a própria realidade são os mais aptos a se tornarem educadores eficientes”, diz ele. “É muito importante, para que isso ocorra, que as pessoas reconheçam as vocações do seu território, como por exemplo, as oportunidades e benefícios que a floresta em pé pode proporcionar”, acrescentou Bruno.
Lysa Ribeiro, coordenadora do Florestabilidade, reforçou essa ideia explicando que o objetivo do projeto é a conservação da Amazônia através da redução das mudanças climáticas e que, para isso, é preciso iniciar e formar as pessoas da região para um processo de manejo florestal sustentável da floresta. Para isso, os ensinamentos da oficina procuram ir além da área puramente ambiental, abordando os aspectos pessoais, comunitários e cotidianos, exaltando a cidadania e a qualidade de vida que um bom manejo dos recursos naturais proporciona. “A partir daí, poderão surgir oportunidades de estudo e profissionais, melhorando a situação das pessoas da região”, explicou a coordenadora.
Durante cerca de 16 horas de atividades, os professores tiveram a oportunidade de aprender, ensinar, compartilhar e considerar as diversas possibilidades de aplicação que o kit pedagógico do projeto oferece. “O Florestabilidade pode ser utilizado de mil formas diferentes e atrativas, podendo adaptar-se às necessidades de educadores e alunos”, explicou a professora Geuza Esteves. “Afinal, somos vários elementos únicos que formam um todo e com a flexibilidade do Florestabilidade podemos ser uma força, uma Castanheira da Coletividade”, ressaltou, fazendo alusão a uma das atividades elaboradas.
A proposta é que os alunos também possam planejar junto aos professores, atividades extraclasse para complementar o conteúdo tradicional da sala de aula, como dias de campo, ciclo de palestras sobre as profissões florestais e estágios, buscando, inclusive, outras parcerias.
A iniciativa da oficina, que aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro, na Fazenda São Nicolau (Office National des Forêts - ONF Brasil), integra as ações do projeto Cotriguaçu Sempre Verde, desenvolvido pelo ICV e parceiros no município. Os desdobramentos do Florestabilidade em Cotriguaçu serão acompanhados pelo Instituto, ONF-Brasil e pela Secretaria Municipal de Educação, com o apoio da equipe do projeto da Fundação Roberto Marinho. A proposta, é que a experiência em Cotriguaçu sirva de piloto para uma possível replicação do Florestabilidade em Mato Grosso.
Segundo Renato Farias, coordenador adjunto do ICV essa iniciativa de educação para o manejo florestal contribuiu muito com o objetivo do projeto que é estimular a visão de um desenvolvimento territorial para a região.
O Projeto Cotriguaçu Sempre Verde
O projeto Cotriguaçu Sempre Verde visa contribuir para a construção de uma nova trajetória de desenvolvimento socioambiental e econômico para esse município. Desenvolve iniciativas que aliam o apoio a gestão ambiental municipal, o bom manejo florestal (Prodemflor), as boas práticas agropecuárias, o apoio à governança social e ambiental nos assentamentos e a integração das áreas protegidas. O projeto é desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e parceiros com apoio do Fundo Vale.
Fonte e foto: Andrés Pasquis - ICV