A expedição Guerreiros da
Selva, que partiu de Cotriguaçu, noroeste do estado de Mato Grosso, no dia 19 de Dezembro, já percorreu 3.700
km, passando pelos Estados do Pará, Amazonas e Rondônia; Segundo Mauro Zanovello,
que manteve contato com o CotriOnline, tudo ocorreu dentro do
esperado; muita chuva e todo tipo de estrada até o momento tem marcado a
expedição.
A parte mais tensa de toda a
viagem, segundo Gezos Martins, foi à passagem pela zona de conflito entre a
população local e os indígenas, no sul do Amazonas; Em conversa com moradores
de Apuí e de Santo Antonio do Matupi (Distrito de Manicoré), se percebe que existe
uma revolta da população com a conduta dos indígenas, que cobram ‘’pedágio’’,
para que os motoristas que passam pela Rodovia (BR 230 - Transamazônica) ao longo da terra Indígena e que a
suspeita de envolvimento dos indígenas no desaparecimento das três pessoas foi
apenas o estopim que desencadeou toda a revolta da população, que ateou fogo na
FUNAI e na CASAI de Humaitá e num barco dos indígenas.
Em Nota pública divulgada no último dia 28, a OPAN (Operação Amazônia Nativa) nega que há a participação de Indigenas no desaparecimento de três homens. Em outro ponto da nota, a OPAN diz que "Humaitá é terra de gente honesta e trabalhadora, mas infelizmente parte da população está sendo manipulada de forma vil".
Zanovello disse que não
tiveram contato com os indígenas e que estavam na região, segundo relatos, mais
de 400 homens do Exército, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.
Após passarem pela zona de
conflito, seguiram pela Rodovia do Estanho, entre Amazonas e Mato Grosso; foram
200 km de estrada abandonada, passando por Terras Indígenas e alguns Parques.
Mauro disse que a impressão
que se tem, após conversa com moradores da região, é que a região se tornará
uma zona de conflito permanente, se o poder público não fizer uma intervenção na
região, pois a relação da população com os indígenas a tempos não é das
melhores e com os últimos acontecimentos, a tensão na região tende a se acentuar.
A expedição retornará para
Cotriguaçu, no início deste ano.