Ainda a Mangueira: nossa Cuiabá não foi bem apresentada ao mundo
Há muito não se via com tanta frequência o Estado de Mato Grosso na mídia nacional. Porém com notícias que prejudica a imagem do Estado! No decorrer do carnaval foi o imbróglio criado pela Capital do Estado ao patrocinar a Estação Primeira da Mangueira. Grande escola de samba, porém que apequenou a história Cuiabana e maculou a estratégia do ex-prefeito Galindo em encerrar o seu mandato em grande estilo.
No fraco enredo desenvolvido pela Mangueira não mencionaram o período do matriarcado que Cuiabá passou quando foi necessário arregimentar a maioria dos homens para construir a nova capital Vila Bela da Santíssima Trindade. Não deram nenhum destaque ao primeiro movimento pré-republicano brasileiro iniciado em Cuiabá através da 1ª Rusga Matogrossense. E tantos outros fatos históricos. Uma pena!
A Cuiabá que temos não foi bem apresentada ao mundo. Tanto não foi, que a ilustre Presidenta da Petrobrás classificou como “um horror” a escolha de Cuiabá como tema! Porém, vindo dela o conceito de horror e beleza não deve ser levado a sério. Claro que se ela tratar a empresa que preside com a mesma frivolidade com que tratou Cuiabá, teremos não só Mangueira mal classificada, mas o Brasil inteiro!
Passada a folia de momo continuamos com forte aparição na mídia nacional. Desta vez pelas péssimas condições das rodovias em Mato Grosso, principalmente aquelas com pistas de rolamento de terra, que rodaram com as chuvas! Com elas, rodou também um dos direitos constitucionais dos cidadãos de dezenas de municípios de Mato Grosso: “O de ir e vir”!
Municípios ficaram isolados, na maioria aqueles com a economia sustentada pela pecuária de corte. Há mais de duas semanas a comercialização de boi gordo na região noroeste do Estado, especialmente nos municípios de Aripuanã, Juruena, Cotriguaçú, Colniza, Castanheira e parte do município de Juína está comprometida. Da mesma forma, em vários municípios ao norte e nordeste de Mato Grosso. Uma catástrofe econômica!
A festa ficou completa com as rodovias estaduais pavimentadas que desde o período de seca já vinham colecionando buracos e, com as chuvas, alguns trechos da maioria delas deverão ser totalmente reconstruídos. Isto é preocupante. Nossas riquezas estaduais estão se deteriorando. Quanto custará para a sociedade de Mato Grosso a reconstrução de todas as nossas estradas deterioradas?
E os custos e prejuízos dos produtores rurais das regiões prejudicadas pela impossibilidade de uso das rodovias? Em que condições chegarão os bois aos frigoríficos, se chegarem? Quem vai pagar por estas perdas? E quanto à elevação do frete? É legal caminhoneiros pagarem horas extras para que os funcionários de empresas contratadas com o governo trabalhem para consertar as estradas? Esta última é uma situação hilária!
A opinião de moradores dos municípios mais afetados é a de que o Governo fez uma opção clara em investimentos em obras no seu governo e, as rodovias nestes primeiros dois anos não foram contempladas, especialmente as chamadas estradas de terras. Recentemente foi divulgada na imprensa da Capital a aplicação do FETHAB em obras da Copa 2014 e pagamento de pessoal. Os formadores de opinião do interior mato-grossense ficaram mais indignados ainda.
Por parte do Estado já foram anunciadas ações emergenciais. Isto é de muita importância, porém, quem está no olho do lamaçal não suportará esperar o término das chuvas ou seu arrefecimento. E ainda virão as águas de março, normalmente, com grandes volumes de chuvas e, época de aumento de oferta de bois terminados a pasto.
O campo não pode esperar! Vale lembrar da composição de Tom Jobim, cantada também por Elis Regina, que já alertava: “É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um resto de toco, é um pouco sozinho...”. Continua assim ...
Texto escrito por: AMADO DE OLIVEIRA FILHO é economista, especialista em mercados de commodities agropecuárias, Direito Ambiental e Desenvolvimento e consultor técnico da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).
No fraco enredo desenvolvido pela Mangueira não mencionaram o período do matriarcado que Cuiabá passou quando foi necessário arregimentar a maioria dos homens para construir a nova capital Vila Bela da Santíssima Trindade. Não deram nenhum destaque ao primeiro movimento pré-republicano brasileiro iniciado em Cuiabá através da 1ª Rusga Matogrossense. E tantos outros fatos históricos. Uma pena!
A Cuiabá que temos não foi bem apresentada ao mundo. Tanto não foi, que a ilustre Presidenta da Petrobrás classificou como “um horror” a escolha de Cuiabá como tema! Porém, vindo dela o conceito de horror e beleza não deve ser levado a sério. Claro que se ela tratar a empresa que preside com a mesma frivolidade com que tratou Cuiabá, teremos não só Mangueira mal classificada, mas o Brasil inteiro!
Passada a folia de momo continuamos com forte aparição na mídia nacional. Desta vez pelas péssimas condições das rodovias em Mato Grosso, principalmente aquelas com pistas de rolamento de terra, que rodaram com as chuvas! Com elas, rodou também um dos direitos constitucionais dos cidadãos de dezenas de municípios de Mato Grosso: “O de ir e vir”!
Municípios ficaram isolados, na maioria aqueles com a economia sustentada pela pecuária de corte. Há mais de duas semanas a comercialização de boi gordo na região noroeste do Estado, especialmente nos municípios de Aripuanã, Juruena, Cotriguaçú, Colniza, Castanheira e parte do município de Juína está comprometida. Da mesma forma, em vários municípios ao norte e nordeste de Mato Grosso. Uma catástrofe econômica!
A festa ficou completa com as rodovias estaduais pavimentadas que desde o período de seca já vinham colecionando buracos e, com as chuvas, alguns trechos da maioria delas deverão ser totalmente reconstruídos. Isto é preocupante. Nossas riquezas estaduais estão se deteriorando. Quanto custará para a sociedade de Mato Grosso a reconstrução de todas as nossas estradas deterioradas?
E os custos e prejuízos dos produtores rurais das regiões prejudicadas pela impossibilidade de uso das rodovias? Em que condições chegarão os bois aos frigoríficos, se chegarem? Quem vai pagar por estas perdas? E quanto à elevação do frete? É legal caminhoneiros pagarem horas extras para que os funcionários de empresas contratadas com o governo trabalhem para consertar as estradas? Esta última é uma situação hilária!
A opinião de moradores dos municípios mais afetados é a de que o Governo fez uma opção clara em investimentos em obras no seu governo e, as rodovias nestes primeiros dois anos não foram contempladas, especialmente as chamadas estradas de terras. Recentemente foi divulgada na imprensa da Capital a aplicação do FETHAB em obras da Copa 2014 e pagamento de pessoal. Os formadores de opinião do interior mato-grossense ficaram mais indignados ainda.
Por parte do Estado já foram anunciadas ações emergenciais. Isto é de muita importância, porém, quem está no olho do lamaçal não suportará esperar o término das chuvas ou seu arrefecimento. E ainda virão as águas de março, normalmente, com grandes volumes de chuvas e, época de aumento de oferta de bois terminados a pasto.
O campo não pode esperar! Vale lembrar da composição de Tom Jobim, cantada também por Elis Regina, que já alertava: “É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um resto de toco, é um pouco sozinho...”. Continua assim ...
Texto escrito por: AMADO DE OLIVEIRA FILHO é economista, especialista em mercados de commodities agropecuárias, Direito Ambiental e Desenvolvimento e consultor técnico da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).
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