Em meio às discussões sobre a criação da secretaria-adjunta da Sema, voltada a cuidar especificamente do setor florestal, os deputados Dilmar Dal'Bosco (DEM), Luciane Bezerra (PSB) e Mauro Savi (PR) reclamaram da falta de apoio e das supostas perseguições aos madeireiros. O assunto voltou a ser debatido em sessão plenária da Assembleia na noite desta terça (14).
Dilmar representa a região de Sinop e defendeu a criação da secretaria-adjunta. Ele observou que a falta de incentivo e a demora na liberação de licenças para manejo deixam os preços da madeira do Estado sem competitividade. “A itaúba no Pará custa R$ 340, enquanto em Mato Grosso passa de R$ 600. O ipê no Pará é vendido a R$ 520, em Rondônia a R$ 600, e em MT a R$1,2 mil. Assim o setor vai falir e surgirão muitos desempregados", alertou.
Já Percival Muniz (PPS) demonstrou ter dúvidas quanto à proposta. Ele justificou que pediu vistas ao projeto de lei do Executivo porque quer realizar uma audiência pública para discutir se a criação da secretaria-adjunta de gestão florestal é a alternativa mais acertada para acabar com a burocracia na Sema. A proposta já teve a aprovação da Comissão de Trabalho e Administração Pública, com relatório favorável. "O setor quer uma audiência pública para discutir o assunto, a Federação das Indústrias, a UFMT, que tem trabalhos de pesquisas na área, querem debater melhor o tema. Silval está pensando em criar a secretaria-adjunta com um único cargo. A audiência vai dizer se essa é a melhor solução ou se existe outra melhor", pontuou o socialista.
Da região de Juara e Sorriso, respectivamente, Luciane Bezerra e Savi protestaram contra o que classificam de perseguição ao setor madeireiro. "Menos de 1% dos madeireiros em 3 anos foram pegos com alguma irregularidade nas barreiras. Então é um setor que trabalha correto, mas não é visto como parceiro", ponderou. "O setor ajuda no PIB e na arrecadação do Fethab. Há regiões que são extrativistas e não tem como incorporar a agricultura. Tem que ter respeito à atividade", pontuou.
Savi chegou a criticar as operações da Polícia Militar de combate aos crimes ambientais. "Não deram em nada, pois não tinham veracidade e embasamento legal", afirmou. A última operação desencadeada para reprimir a extração, transporte ou comércio ilegal de produtos da Amazônia foi a Jurupari, em maio de 2010.
Atividade
Segundo dados do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de MT (Cipem), a atividade madeireira movimentou R$ 4,9 bilhões entre 2006 e 2009. O setor gera 160 mil empregos diretos e indiretos, num total de 1.643 indústrias de base florestal. Segundo o governo, o setor é responsável por 6% do PIB do Estado.
Fonte: Glaucia Colognesi
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