O secretário de Educação Ságuas Moraes pode cair se PT, sob William Sampaio, fechar aliança com Mauro Mendes para prefeito
O PT, presidido no Estado por William Sampaio, do mesmo grupo de Carlos Abicalil e de Ságuas Moraes, está no barco do governo Silval Barbosa, do PMDB, mas, por conta das eleições municipais, já deu sinais de que pretende procurar outro abrigo. Iniciou, por exemplo, conversações para possível aliança em Cuiabá com o PSB de Mauro Mendes, adversário político de Silval. A cúpula do PMDB interpretou o sinal como traição e vai acionar os principais líderes da legenda petista para dar explicações. A regra é dura. Ou o petismo se firma com o PMDB, repetindo nas maiores prefeituras mato-grossenses a aliança nacional, em torno do governo Dilma Rousseff, ou terá de entregar os cargos na gestão Silval, sendo os principais deles de secretário de Educação, sob Ságuas, e de adjunto de Direitos Humanos, representado pela ex-deputada Vera Araújo, e outros postos na própria Seduc.
Emissários do governador disseram que não vão tolerar o petismo com o discurso evasivo de que o PSB faz parte do arco de aliança nacional e que, partindo desse pressuposto, é possível fechar aliança com Mendes em Cuiabá. O Paiaguás propõe que o PT siga o caminho natural, que é apoiar a pré-candidatura a prefeito de Dorileo Leal, embora alguns militantes petistas resistam ao nome do empresário do ramo de comunicação por causa de brigas do passado.
Até 2007, o PT fazia oposição ao governo estadual, na época sob Blairo Maggi (ex-PPS e hoje PR). Aceitaram, porém, se aliar ao Paiaguás em troca de cargos. A partir daí, tomou gosto pelo poder. Em 2010, o partido apoiou o projeto de reeleição de Silval, dentro de uma composição nacional, que tem Dilma na Presidência e o peemedebista Michel Temer de vice. Agora, o PMDB não aceita o PT ficar no muro ou permanecer na administração estadual e apoiar nomes para prefeitos considerados opositores, como é o caso de Mendes, derrotado nas urnas de 2010 por Silval, reeleito no primeiro turno.
Ságuas comandou a Educação, a maior pasta da estrutura do Estado e com mais de R$ 1 bilhão de orçamento, por quase 3 anos. Saiu do primeiro escalão para ser deputado e, assim que perdeu a cadeira, conseguiu, sob muita articulação junto a Silval, reassumir o posto. Agora, será enquadrado, assim como Abicalil, que perdeu o cargo que ocupava em Brasília no Ministério da Educação. Ademais, o petismo representa mais parceria estratégica para o governo Silval em âmbito nacional porque, no Estado, está sem força política. Saiu minguado das eleições. Só tem um deputado estadual. Dos 11 parlamentares da bancada federal mato-grossense, nenhum é do PT.
Fonte: Romilson Dourado
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