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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Jayme Campos é escolhido pelo DEM para integrar a CPI Mista do Cachoeira

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), anunciou nesta quarta-feira que o senador Jayme Campos (MT) será o representante titular do partido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará a ligação entre parlamentares e outros agentes públicos e privados com negócios do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em operação da Polícia Federal. As informações são da Agência Senado.

De acordo com José Agripino, a indicação de Jayme Campos foi tomada após reuniões com o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR). O líder do DEM informou também que o bloco de oposição - composto pelos dois partidos, mais o PPS, que não tem representante no Senado - resolveu "fazer uma homenagem a duas figuras importantes, que têm um padrão moral irretocável e que poderão dar uma grande contribuição, pelo equilíbrio de sua conduta e pela capacidade de tomar posições, no processo de investigação da CPI": os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

José Agripino explicou que, embora tenha sido o Psol a pedir a instalação da CPI, ele não teria direito a representante no Senado, uma vez que a pequena representação do partido na Casa não lhe dá direito a uma vaga na Comissão.

Logo após o pronunciamento de José Agripino, Alvaro Dias pediu a palavra para comunicar que os integrantes de seu partido na CPI serão, além dele próprio, os senadores Aloysio Nunes (SP) e Cássio Cunha Lima (PB). O partido informou ainda não decidiu quem será suplente ou titular.

A CPI do Cachoeira será instalada em sessão conjunta do Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira. O requerimento será lido às 10h30.

Após a leitura do pedido, os parlamentares que assinaram o documento têm até a meia-noite do dia da leitura para retirarem o apoio à criação da CPMI. Depois desse prazo, os líderes partidários terão cinco dias úteis para indicar os membros para compor a comissão. Após essa etapa, marca-se a primeira reunião, em que são eleitos o presidente e o relator. Pelo requerimento de criação da CPMI, a comissão tem 180 dias para concluir os trabalhos e um custo estimado de R$ 200 mil para a condução da investigação parlamentar.

Demóstenes e Carlinhos Cachoeira

Em 6 de março de 2012, o senador Demóstenes Torres (GO) subiu à tribuna para dar explicações sobre as denúncias de sua proximidade com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, descoberta pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que terminou em fevereiro, com a prisão de Cachoeira e de outras 34 pessoas. Demóstenes disse que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido critérios legais. Dez dias depois, o jornal Folha de S.Paulo publicava um relatório do Ministério Público Federal (MPF) que indicava que o grupo comandado por Cachoeira entregou telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, que admitiu ter recebido o aparelho.

O jornal O Globo noticiou, em 23 de março, gravações da PF que flagraram Demóstenes pedindo para Cachoeira lhe pagar R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo e vazando informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes. Em 27 de março, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado para "acompanhar a evolução dos fatos". No dia seguinte, o Psol entrou com representação contra o parlamentar no Conselho de Ética do Senado e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandovski autorizou a quebra do sigilo bancário de Demóstenes, solicitando ainda um levantamento sobre as emendas e os projetos relatados por ele para saber se Cachoeira, acusado de controlar a máfia dos caça-níqueis e de corromper policiais e políticos em Goiás, foi beneficiado.

Nas gravações, Demóstenes também aparece acertando um suposto lobby pela legalização dos jogos de azar no Congresso em 2009. Em outra conversa, Cachoeira pede ajuda no processo de um delegado e três policiais de Anápolis (GO) acusados de tortura e extorsão. Os dois ainda conversaram sobre um "negócio" milionário na Infraero. Na ocasião, Demóstenes teria se valido da relatoria da CPI do Apagão Aéreo para levantar informações e sondar contratos de informática na estatal.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido decidiu abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda.

Fonte: Terra

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