Há dois anos, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) desenvolve pesquisas com as culturas do amendoim e gergelim testando materiais genéticos para produção de alimentos e biodiesel. As oleaginosas são consideradas excelentes fontes de renda e alimento devido ao elevado valor agregado de seus produtos e tradicionalmente explorados pela agricultura familiar. Estão sendo avaliandos 18 linhagens, sendo oito de amendoim e dez de gergelim em quatro municípios do Estado.
O pesquisador da Empaer, Norival Tiago Cabral, fala que o próximo plantio será realizado no início de fevereiro (2012) e serão aplicados técnicas e métodos de melhoramento para avaliação, seleção e síntese de cultivares com características de produtividade, precocidade, resistência a doenças e insetos e para cultivo manual ou mecanizado, visando disponibilizar cultivares que atendam aos diversos requisitos exigidos pelas cadeias produtivas do amendoim e gergelim. Os materiais em teste são oriundas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de outras instituições de pesquisa.
Conforme Norival, a determinação da composição nutricional, teor e qualidade do óleo são importantes para introduzir características que aumentem a competitividade no mercado. A expectativa é apresentar no terceiro ano, resultados com informações técnico-científicas sobre o comportamento genético e agronômico de genótipos adaptados aos diferentes sistemas de cultivo, resistentes a pragas e doenças e contribuindo para o aumento da produtividade. A pesquisa conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
Os experimentos estão sendo avaliados nos municípios de Tangará da Serra, Primavera do Leste, Sinop e São José dos Quatro Marcos. O objetivo do trabalho é atender a demanda dos agricultores familiares como uma alternativa de renda, utilizando pequenas áreas e potencializar a atividade econômica em forma de associação. Segundo Norival, a intenção é ampliar a pesquisa com outras oleaginosas tais como, pinhão manso, mamona, girassol e outras. “Estamos testando diferentes materiais genéticos para selecionar os melhores”, esclarece.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a cultura do amendoim no Estado ocupa uma área de 3.188 hectares, produção de 7.754 toneladas e produtividade de 2.432 quilos por hectare (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O plantio concentra-se nos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Barra do Bugres, Aripuanã, Cáceres e Alto Paraguai. O gergelim é plantado numa área de 435 hectares, produção de 141 toneladas e rendimento de 324 quilos por hectare. As lavouras estão localizadas nos municípios de Alto Boa Vista, Porto Alegre do Norte, Colniza e Cocalinho.
O Gergelim é uma planta originária da Índia e seus frutos são cápsulas que variam de tamanho de dois a oito centímetros de comprimento e chegam até dois centímetros de diâmetro. As sementes são pequenas e ovaladas e ligeiramente achatadas. As sementes pretas são as mais utilizadas para cultivo de subsistência e as de coloração branca e creme são destinadas para indústria de panificação e mercado internacional.
O amendoim é uma leguminosa de origem sul-americana. Rico em óleo, proteínas e vitaminas, era uma importante fonte de energia utilizada intensamente na alimentação dos indígenas antes da colonização. Nos dias atuais o amendoim é um produto conhecido e apreciado em praticamente todos os países pelo seu incomparável sabor e versatilidade de uso em pratos salgados, doces e indústria.
Fonte: ROSANA PERSONA- Assessoria/Empaer-MT
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