Diz a psicanálise que pessoas participantes do ritual judaico do apedrejamento, na verdade estavam a se apedrejar. Essa explicação passa pelo crivo do mecanismo de projeção, pelo qual o indivíduo enxerga no outro os mesmos defeitos de caráter que ele próprio tem, mas não admite, pois o fenômeno se localiza no plano da inconsciência. Quanto mais forte é a pedrada, mais prazer o cara sente em saber que o outro será seu bode expiatório.
Uma vez que a sociedade evoluiu, natural que as tijoladas sejam mais sofisticadas, sem precisar matar o pecador, apenas causando-lhe torturas psicológicas. E tem coisa pior?
Graças a Deus que leis vão sendo aprovadas, a fim de amenizar o sofrimento dos apedrejados. Hoje poucos são os que falam abertamente contra homossexuais. As prostitutas chegarão no céu antes de muitos de nós, pelo menos Jesus Cristo assim falou. Elas votam, pagam impostos como qualquer cidadão, fazem obras de caridade, pois já vi casos em que mulheres de bordel salvaram vidas. Apedrejar uma mulher dessas é atirar tijolos em Raabe, mulher da qual os pais de Jesus eram descendentes.
“Quem não tiver pecados, atire a primeira pedra!” Com esta sentença, Cristo pôs fim à polêmica de que somente sacerdotes e juízes da época tinham moral perfeita para condenar os cidadãos. Mas o Mestre, com seus 33 anos de idade, grau máximo, era o único sem pecados naquele contexto. Ele sabia que havia homens de poder loucos para apedrejar Maria Madalena, os quais também praticavam orgias sexuais secretamente.
Infelizmente, eu também caio no mesmo erro dos apedrejadores! Esqueço que umas tijoladas de vez em quando vêm à minha cabeça.
Portanto, se você não quer ser apedrejado, não participe de apedrejamentos.
Fonte: Folha Única
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