Silval Barbosa vive um momento político de incertezas quanto às eleições gerais do próximo ano. De um lado, deseja concluir integralmente o mandato de governador, o que lhe daria mais tempo para recuperar a popularidade e melhorar o conceito, empurrado por várias obras em andamento, especialmente em Cuiabá por causa dos projetos voltados à Copa-2014. De outro, enfrenta pressão de correligionários para ser candidato ao Senado. Nesse caso, isso lhe custaria a perda da cadeira. Só teria 9 meses de administração, pois a legislação eleitoral lhe obrigaria a renunciar até março ao posto ocupado no Palácio Paiaguás.
Com perfil político, Silval ocupa cargo eletivo há 20 anos. Começou como prefeito de Matupá, no Nortão. Depois foi deputado por 2 mandatos, inclusive, ocupando os postos de primeiro-secretário e de presidente da Assembleia. Em 2006, se elegeu vice-governador, tendo se tornado chefe do Executivo quatro anos depois, com a renúncia de Blairo Maggi (PR). Depois, o peemedebista foi reeleito no mesmo ano.
O governador sabe que pelo cenário atual não teria chances de êxito nas urnas. Primeiro, que perderia o controle do peso da máquina, uma estrutura fundamental numa campanha com orçamento de R$ 12 bilhões e presente em todos os municípios com secretarias, órgãos e empresas vinculados e quase 100 mil servidores. Segundo, "patina" e convive com desgaste, inclusive nos municípios, que, curiosamente, foram impulsionadores de sua reeleição em 2010. Como o governo se concentrou nas obras da Copa, as cidades fora da Capital reclamam do que chamam de abandono do Estado, embora Silval tem feito o contraponto, alegando que vai inaugurar também asfaltamento em vários municípios, interligando 44 deles, e com promessas de regularizar pendências em áreas essenciais, como saúde e segurança.
E se o governador resolver concorrer à senatória? O comando do Estado passaria para às mãos de Chico Daltro (PSD), que é de outro grupo político. Provavelmente, Daltro trabalharia para tentar a reeleição, assim como fez o próprio Silval ao receber o Paiaguás de Blairo Maggi. O bônus das obras da Copa ficariam com Daltro. Partindo desse pressuposto, Silval correria risco de ficar sem grupo, sem referencial, mesmo com a possibilidade do ex-governador e senador Maggi disputar de novo o Paiaguás, tendo o peemedebista no palanque na corrida ao Senado. Ademais, Silval levaria porrete para todo lado e sem chance de defesa, afinal, não teria mais o poder da caneta.
Na hipótese de permanecer governador até o final do mandato, Silval poderia voltar a concorrer em 2016 a prefeito. Comenta-se que uma das opções seria em Sinop, onde está ficando base eleitoral. No comando do Estado, Silval melhoraria o conceito do governo com inauguração de obras. Como o governo enfrenta crise e, a tendência é de se tornar saco de pancada na campanha, estando no cargo Silval teria mais "munição" para fazer o contraponto e mais força para conter debandada e lançar "blindagem".
Romilson Dourado
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