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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Clima tenso no Norte de Mato Grosso

“O clima esta tenso no norte de Mato Grosso e a sociedade vai reagir para não perder tudo que construiu”, assim o produtor rural de Apiacás, Moisés Prado dos Santos, reagiu ao anúncio da chegada do Exército prevista para o dia 22 de junho, que dará início a demarcação da ampliação da terra Indígena Kayabi. O problema começou depois da decisão do Ministério da Justiça de ampliação da terra Indígena Kayabi de 127.000ha de terras para 1.053.000ha sendo 653.000ha no estado do Pará de terras da União (terras devolutas) e 400.000ha no estado de Mato Grosso, uma área que o estado vendeu a produtores de todo Brasil na década de 50.

Para discutir o assunto e evitar a ampliação da área etnia Kayabi composta por 69 índios, uma audiência pública foi marcada para o próximo dia 15 (sexta-feira), às 14 horas, no ginásio de esporte em Apiacás. “As entidades representativas do setor produtivo já contestaram na justiça essa ampliação da área indígena e precisamos reverter essa situação, pois mais de 300 famílias investiram em suas terras, criaram seus filhos e o desenvolvimento da região norte está comprometido”, disse o diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Mário Candia.

Na década de 50 a União transferiu as terras da região de Apiacás ao Estado de Mato Grosso que vendeu para projetos de colonização e produtores rurais. Em 1999 um estudo da FUNAI indicou a necessidade da ampliação da área indígena na região. A terra demarcada para ampliação, além das 300 famílias instaladas, possui uma jazida de calcário, produto importante para recuperação de pastagens e das Áreas de Proteção Permanente – APP. A jazida vai beneficiar 17 municípios da região norte, que possui o maior rebanho do Estado, com mais de seis milhões de cabeças.

Um dos municípios mais prejudicados com a nova demarcação das terras indígenas será Apiacás que já perdeu quase 70% do município para formação de parques e reservas. “Restou somente áreas abertas há muito tempo que já estão degradadas e precisam do calcário para recuperação do solo e a população que depende da terra para continuar vivendo, e agora querem tirar o restante e isso não podemos deixar”, disse o prefeito de Apiacás, Sebastião Trindade, mais conhecido como Tião Fera.

Durante a audiência, que vai contar com a presença de prefeitos da região, senadores, deputados federais, Sindicatos Rurais, organizadores do evento e entidades que apoiam o movimento, vai reivindicar, mais uma vez às autoridades estaduais e federais, a revisão da portaria nº 1.149/02 do Ministério da Justiça que ampliou a reserva indígena Kayabi. O movimento é organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) com apoio dos Sindicatos Rurais da região.

Fonte: Rosana Vargas - Assessora de imprensa Acrimat   




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