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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Produção na Amazônia é destaque no evento

Assentamentos de reforma agrária mostram resultados

A Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam), de Juruena (MT) e a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) levarão a Rio+20 as experiências que vem sendo premiadas por apoiarem as comunidades locais com sustentabilidade. Outro projeto que será apresentado no evento é o Reflorestamento Econômico, Consorciado Adensado (Reca), da Associação dos Pequenos Agrossilvicultores, de Nova Califórnia (RO), que é baseado na relação entre associativismo e preservação ambiental.

A Coopavam, criada em 2008, é reconhecida por órgãos nacionais e internacionais por levar desenvolvimento aos cooperados, conservar a floresta amazônica e fornecer alimentação saudável para a população da região. Ela recebeu recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que investiu R$ 336 mil na construção da fábrica e para a conservação e recuperação ambiental no assentamento Vale do Amanhecer.

Novos hábitos – A cooperativa envolve agricultores, extrativistas e cinco etnias de indígenas da Região Noroeste de Mato Grosso – Cinta-Larga, Apiacás, Munduruku, Caiabi e Zoró. Antes da fundação da Coopavam, os extrativistas e indígenas recebiam entre R$ 0,50 e 0,80 por quilo de castanha in natura, compradas por atravessadores. Hoje, devido à participação em vários programas do governo, principalmente no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – , articulado pelo MDA, os extrativistas recebem até R$ 4 pelo quilo in natura e seca. Esses produtos chegam à mesa de aproximadamente 22 mil crianças e de adultos em situação de risco de insegurança alimentar em seis municípios da região. “Com o PAA as crianças estão adquirindo um novo hábito alimentar. Consumindo produtos da floresta aprendem o valor de preservá-la”, diz a responsável pela gestão da Coopavam e da AMCA, Lucinéia Machado.

Lucinéia explica que a preocupação com a diversificação dos produtos motivou a formação da AMCA, que produz os biscoitos que estarão à venda na Rio+20. “A nossa participação servirá para que as pessoas do mundo inteiro conheçam a nossa experiência que une geração de renda com conservação ambiental e ganho social”, revela.

Projeto Reca levará doces e licores feitos de frutos da floresta

Para o presidente da associação e coordenador do projeto Reca, Hamilton Condack, a Rio+20 é a vitrine ideal para mostrar o trabalho já reconhecido pelo compromisso com a preservação ambiental e organização social. O Reca levará à Rio+20 doces, licores e geleias produzidos a partir de frutos típicos da floresta, como o açaí e a castanha.
A participação do Reca no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) –e no PAA permite a consolidação do projeto e assegura o ganho para cerca de 200 famílias de forma direta, e para mais de 2 mil pessoas de forma indireta.

O projeto Reca nasceu em 1989, com um grupo de agricultores de várias partes do Brasil que foram assentados em uma demarcação do Incra, no antigo seringal Santa Clara. Na época, as terras eram demarcadas e entregues às famílias sem nenhum tipo de apoio. Os agricultores eram induzidos a derrubar a floresta para dar lugar às plantações.
Dada a necessidade, os agricultores se reuniram e começaram a discutir como fazer para sobreviver às dificuldades. Unindo os conhecimentos de organização e cooperação dos povos oriundos de outras áreas com os da região, começaram a elaborar um projeto para a implantação de sistemas agroflorestais (Saf’s).

O Reca chega a Rio+20 como referência de projeto voltado ao desenvolvimento das comunidades locais, unindo preservação da floresta e comprometimento social. O projeto ganhou o prêmio Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) “Amazônia Viva: plantando e colhendo frutos para um mundo melhor”, em 2007.

Fonte: Pantanal News/Governo Federal

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