A obsessão do ex-presidente Lula para eleger o ex-ministro Fernando Haddad, da Educação, prefeito de São Paulo deverá “derrubar” a candidatura de Lúdio Cabral em Cuiabá. Um acordão está sendo costurado pelo líder petista para buscar o apoio do PSB, considerado fundamental na eleição paulista, com a indicação da ex-prefeita Luiza Erundina como candidata a vice. Para isso, os socialistas estariam fazendo algumas condicionantes. Entre as quais, o apoio do PT em Cuiabá à candidatura de Mauro Mendes. O entendimento tem a participação do líder socialista Eduardo Campos, governador de Pernambuco, amigo pessoal do empresário matogrossense.
A questão é apontada como crucial. Mendes já revelou desejo de declinar da possibilidade de ser candidato a prefeito – cargo que disputou em 2008 e que acabou perdendo no segundo turno para Wilson Santos, do PSDB. A decisão de Mendes em abandonar uma candidatura agora se baseia no fato de o PSB e seus aliados preferencial terem mais dificuldades ainda para enfrentar a máquina do PMDB sem uma arma considerada fundamental: o tempo de TV. O PT dispõe de algo em torno de 5 minutos e 30.
A candidatura de Lúdio Cabral vem sendo sustentada graças a um acordo político de sua facção com o chamado “Campo Majoritário” do PT, que leva o nome de Construindo um Novo Brasil, a CNB, liderada pelo ex-deputado federal Carlos Abicalil. Esse grupo - que tem ainda Alexandre César, suplente de deputado estadual, e Saguas Moraes, suplente de deputado federal e atual secretário de Educação do Estado – segue rigorosamente a cartilha de Lula. Ou seja: segundo analistas, não teria dificuldades em rediscutir o projeto de Cuiabá, inclusive indicando a candidatura a vice, podendo ser o próprio Lúdio, embora no PSB a preferência recaia sobre a ex-senadora Serys Slhessarenko por agregar mais votos.
"Lúdio fez acordo com um grupo que pode acabar 'negociando' sua candidatura em nome de um entendimento maior do PT" - admitiu uma fonte do PT em Cuiabá. Até aqui, a candidatura de Lúdio é favorita contra o militante Jairo Rocha, líder da chamada "Articulação de Esquerda" do PT.
A postura de Mendes em deixar uma candidatura, por outro lado, desagrada a cúpula do PSB. O deputado federal e presidente regional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Valtenir Pereira revelou o que seria um acordo, para as eleições de 2012 e 2014, entre o próprio Valtenir e o presidente nacional da sigla, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em setembro de 2011, na cidade Recife.
O acordo pré-determinou as candidaturas de prefeito e ao Governo ou senado, “Quando sentamos para debater as eleições de 2012, o governador Eduardo Campos me pediu para que retirasse a minha candidatura a prefeito em 2012, para construir a candidatura do Mauro a prefeito e a minha candidatura a majoritária em 2014” – contou. Pereira tem intenção de ser candidato ao Senado Federal.
“Mauro assumiu a presidência municipal do partido em Cuiabá, para assim ganhar mais espaço dentro do PSB e viabilizar alianças com outros partidos”, revelou Pereira.
O parlamentar além de revelar o acordo, se mostrou chateado com a possibilidade do recuo de Mauro Mendes com relação as eleições de 2012. “Ele não pode aos 47 minutos do segundo tempo recuar da sua candidatura a prefeito de Cuiabá, não pode haver mudanças de rumo, qualquer mudança pode ser uma tragédia, não podemos mudar o foco. Ele trabalhou para ser e é o candidato do Movimento Mato Grosso Muito Mais a prefeito, agora ele não pode tirar nenhum tijolo da parede, pois podemos correr o risco de colocar tudo a perder”, disparou o socialista.
Valtenir disse que apesar da construção da sua candidatura, nada o impediria de atender a um possível chamado do grupo e colocar seu nome para a disputa do Governo do Mato Grosso em 2014: “A base do PSB tem me cobrado e me motivado, nos cursos de formação política nos municípios por onde tenho passado, a me lançar na disputa majoritária”, revelou.
Fonte: 24 Horas News e AgoraMT
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